quarta-feira, 1 de abril de 2020

Xeque-mate

   eu rei, viril eu:
   matei el rei viril!
                   (vs)

Agoniza o meu rei nessa oratória
de seivas ociosas e oferendas:
carreira e correria e rasgos, fendas
do culto comercial que devora:

Forja do velho Dédalo e seu rei,
touro sedento de minhas querenças
rasga nos dentes verbos e ciências,
A trama lexical que em mim sonhei.

Esse altar, cevadouro e meu labéu
imola em mim o falo que me infunde
vidências de minha materia mundi,

el-rei viril, farrapo de ruínas,
minha rainha mato nas retinas:
eu-rei, vermes devoram a revel.

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