quarta-feira, 1 de abril de 2020

Corpo I


Recinto esse antigo jarro e jazigo
Ínsito rubor de plasma transido
Sigo essa fonte inserta onde transito
Meu rio anverso e seu rito contíguo:

Ceramista esse quem me plasmou bilha
No jarro me enclausura, todavia
Viço rubro me infunde e a mim alia
O fogo e o verbo: exímia luz que brilha,

Líquido eu que arpeja em seu feitio
Liberto de toda malha humana onde
Habita tumular entre véus de exílio:

Sobre o espelho cristal de sua fronte
Traceja em ondas fluxas seu informe
Destino e lastro seu que em águas dorme

                                                                                        Vilma Silva



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