segunda-feira, 2 de julho de 2018

Verbo

Em fronhas de breus ando a nascitura
Voz entre abas escuras, dobras várias
Onde forjo arpejos, lume que apura
O deus do sopro que me fez seara:

Sou terra antes de me fazer homem
Depois do sopro sou verbo e fonte
Soma da voz e seu adnome
E o lume a mais que se me defronte.

Nada não há em mim senão o arconte
E o facho fugaz na voragem onde
O mundo nasce e morre a todo instante:

Fogo nascituro afinal a fonte
Sopro de vozes no corpo sonante
Fulgor que morre e nasce a todo instante


Vilma Silva