Adormeceu dentro de mim o que sou
num outrora
e desde então é sombra: por
inidentificável...
Neste agora já não sendo porém presença
longínqua
neste agora ainda ser no seu
anúncio em sombra
dia-noite: vulto inconjugável.
O que fui e já não sou e que sendo
me inventa
sou outrora?
O que em mim tornou-se sombra
neste entrançamento de tempo
espaço?
Memória... rastro, fantasma...
A sombra é representação que
fruo...
O outrora decomposto, já não sou:
Foi-se o ser:
A sombra é apenas forma.
Vilma Silva