Rasgo o
tempo e me acolho ao centro dele—
e o centro
dele é o tempo-nenhum
Rasgo a
vida pele adentro—
suas
vísceras vêm para fora:
aflora sua
extensão de morte
dentro seu
pleno ato de viver
E lhe queimo
gotas de alfazema
no fogo das
velas alteadas em luz nos castiçais.
O votivo aroma
bebo nas taças frugais do meu nariz
o amor aflora — amo o que me circunda, amo por amar...
e isso tudo
se parece com um uivo prolongado
que se desenha em rastros ao infinito
que se desenha em rastros ao infinito
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Vilma Silva