Clariluminâncias
nas águas do
Letes Eu dançava auroras
dobre de
sinos adentro A móbile alma a voar
o caminho das
águas Sob minhas pálpebras
meu Amor se
expandia Fluía da íris em fogo
desses olhos
azuis-safira Da criança que fui
agora Sozinha
e Muda no meu reino infuso
nas histórias
que ouvi Meus olhos viram
sonhos do
azul Essa poesia Fervente que grita
mundos em que
me estico para Além do existir
***
meus pés
pisam em Seu próprio andar
a me carregar
nesse transbordo do Sentir
sob janelas
que me olham Palpitantes de medo
esse
apunhalar das horas à Beira do existir
para mundos
outros que Desconheço
o Medo do Ser
o Medo do Ser o Medo do Ser
o
insuportável Sentir que chega à beira
nesse olhar Dentro
a ver o infinito se desdobrar
como bolhas
umas sobre Outras e Outras sob e
***
ao contrário
do Tempo
esse meu
olhar virado para Dentro
atravessa as
pálpebras fechadas para Lá
da
Insubsistência do mundo nessa fadiga
de viver mais
e mais horas que Andam
a vida tanta
a correr no Escuro das veias
e as horas a
vigiarem meus Espelhos!
que faço
nesse mundo de Faltar?
vivo a
transitar o não-sei que sei a Olhar
à borda da
existência o Núcleo do sentir
lâminas
refletoras a me Exigirem –
esse tanto
mundo me Empurra a escrever
o que não sei
o que não conheço o Quê
Em
clariluminâncias escorre de Lugar-Nenhum
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Vilma Silva
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