quarta-feira, 1 de abril de 2020

Feixe de espectros

                Aos poetas e artesãos do mundo

A ti o teu incêndio,
o fogo liquefeito de tua argila prima –
nave de imagens e sensações
reino de tormentos e alegrias
mais arquétipos de antigos reinos;

no teu rio de fogo
todos os livros –
os que houve, os que haverá,
letras a se juntarem... Enfim,

criador e criatura exalam-se ex útero –
espelhos duplos
a se olharem fundo infindo

um à imagem e semelhança do outro:
a duplicidade que aconteceu
por um desdobrar do ser

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