abro-me em nave ao oceano
mar em mim
adentro sensações
transpostas ao que abarco
navegador informe ao
transitivo barco
em que me carrego despido
de lei e fim.
os fins mapeáveis
desertei orla adentro
fora do humano raio e
sítio congruente.
crio a personagem que
esse dom me consente
e no medrar das ondas as
águas desventro...
viajo a epopeia humana e
o seu desterro
a tanto exílio alio ao
som em tempo atento
vertido em voz afeita ao
dom dos bandolins
mas essa tosca velha, a
linguagem-marfim
ensandece meus mitos,
aprisiona erros,
costura-me o mundo em
retalhos nevoentos...
***
CONTRAPONTO
pouco vale a essa velha
avara os seus fins
despeço logo a letra e
jogo fora o rito
ouço cantar as vinhas em
que me fito:
invertida me dobro ao dom
dos bandolins
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