quarta-feira, 1 de abril de 2020

Bandolins




abro-me em nave ao oceano mar em mim
adentro sensações transpostas ao que abarco
navegador informe ao transitivo barco
em que me carrego despido de lei e fim.

os fins mapeáveis desertei orla adentro
fora do humano raio e sítio congruente.
crio a personagem que esse dom me consente
e no medrar das ondas as águas desventro...

viajo a epopeia humana e o seu desterro
a tanto exílio alio ao som em tempo atento
vertido em voz afeita ao dom dos bandolins

mas essa tosca velha, a linguagem-marfim
ensandece meus mitos, aprisiona erros,
costura-me o mundo em retalhos nevoentos...

***

CONTRAPONTO

pouco vale a essa velha avara os seus fins
despeço logo a letra e jogo fora o rito
ouço cantar as vinhas em que me fito:
invertida me dobro ao dom dos bandolins

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