quarta-feira, 1 de abril de 2020

Manhã


Luz de ouro róseo véu de lume veio
Estender no azul o seu lavor louro
A noite alvejar, desbotar o anseio
Na faina febril bordar seu alvoro

Neste silêncio de linhas que envolve
O tecer das formas que a luz semeia
O verbo se faz arauto a quem ouve
Sua candeia a luminar-lhe a teia

O verso especular a lavra enleia
Da chama do dia a sua teia finge
Esse lume regresso por mão alheia

Retorna em espelho a esfinge etérea
Esconso demiurgo em fulgor cinge
O responso que habita a fulva esfera

Nenhum comentário:

Postar um comentário