quarta-feira, 1 de abril de 2020

Corpo II



Estátua de armadura em osso egressa
De vísceras e sangue tinto em elo
Sarcófago terroso e estojo e essa
E a pele ao que parece te faz belo

Humano estar na viva luz do arpejo
Em sonhos de voar ao céu de anil
Sorver o belo anelo entre o sobejo
Giro do Orbe em sois que o olhar previu

E o tempo a semear erval de estrias
A furto enverga os pés e o rumo esgarça:
O olhar baço entrevê fagulha esparsa
Nos lábios murchos riso bambo expias,

E lavra tumba e domo e o manto entalha
Osso e pele o ataúde, essa a mortalha

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