Ouço-te falar-me de trás
das portas:
Silêncios, balbucios,
delírios vão...
Nave de vozes das horas
já mortas
Gravura na moldura da
minha mão
Ando tuas orlas e os
olhos tombas
De suspensas aras me
olham teus ermos
Adentro teus breus
floresta de sombras
E me navego em teus rios
extremos:
Sou-te, anjo negro, de
tuas horas
Só ao pé de tua chama
indistinta
Bebi
tua dor dobrada ao avesso:
Doble
de velames da nau extinta
Lume
presente de ausentes auroras
Línguas
de fogo viço que entreteço.
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