Peço um poema
para expressar meus passos
sobre este planeta,
calço dos homens
e vida a crescer
roseada
e bela
de estéticas universais
Debruço-me a inventar
a estrutura mágica
d’onde epigrafar a estética
da
vida
e exponho apressada
as vísceras rodopiantes
de
minhas energias primas
Terei encontrado as estações
d’onde
elas vibram
no decompor das leis humanas?
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A história que ainda não escrevi
(E que não escreverei, por certo)
guardada intacta
na transface de mim
palpita inquieta
em impresenças continuadas
no meu rosto
que não é meu.
Invento a forma
e toda ela guarda
uma ressonância funda
de aléns
O que nela me convida e me congrualiza?
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ao
existível
que para ser forçoso é
executar-se por meio da matéria
neste poema
que a falseia embora,
que apenas excogita sombras
do desejo humano,
que apenas se compõe
em simulacro de um original
em perene por-fazer
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A poesia
é
a marca dos meus pés
à beira de mundos incriados,
entre orlas de trevas
grito
ao que não há:
mostra-me o intervalo,
o nulo espaço do teu salto ao que
há!
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o fogo transmigrador
crepita
e treme
no inespacial vórtice
em
que centelhas
são as sentenças
virtuais
da existência.
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Desde a centelha inicial
estala a febre
do
ato adâmico
no sopro e na maçã articulada:
comei
neste fruto a vossa consciência,
bebei
neste sopro o som articulador
do
mundo.
E sossegai
vossos
vórtices convulsos
na materialidade organizada,
espacial
e dada
no sopro da palavra:
criai!
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