sábado, 18 de abril de 2020

Corpo luminoso


 
Loura tocha em chamas
O Sol
pendurado no pôr do dia
Clara pérola
 
O vento toca sua flauta
 
...ssssssssssszzzzzzzzzzzsssssssssssszzzzzzz...
 
fulvo Sol
fios de pérolas
sobre o dorso do vento
o que os olhos não podem ver
ouro
 
Seu ondular de véus
Mar alado no zimbório azul
o nada não ver
oro
 
O não haver olhos
ao corpo da beleza que tateia e uiva
de um lugar onde no Oeste
choro
 
...ssssssssssszzzzzzzzzzzsssssssssssszzzzzzz...
 
endoidece os olhos cegos ao haver
aroma e som, tato e degustação
do que nem corpo nem cor nem imagem
deixa ver
 
De que vale teu nome, a que no meu seio
nomeio
vento em verbo feito vela e véu mar tela do haver
malha de não saber?
 
Tecido do tempo a escorrer nas mãos
que engendram
o corpo ausente na forma presente
e tece o puro não ver
 
na voz do verbo te vejo o não saber
a forma te fala no som que cinzela
seu corpo em música, argila de lhe dar
sopro de ti que em mim é fonte e ser
o corpo a cor o cheiro que me habita
 
nos olhos do nada ver
teu corpo vocal canta
o inarticulado do ser
leve uivo no azul
o puro ser

...zzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzz...
usssssssssssssssssssssssssssssu...


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