Meu barco navega adormecido
cavalo aquático entre orlas me contém,
vou ao senhor da morte: ele me espera
abrindo os braços ao azul do Lethes.
Não sei quanto demora esse senhor sombrio
surgir na linha das infundadas águas,
sei que está lá e vejo seu aceno
num relampejar de luz que o céu corta.
E eu que sou barco e mar
coadjuvantes numa mesma rota,
lampejo-me veraz senhora,
solene me navego entre as horas.
Vilma Silva
Porque é preciso, não só entre as horas, mas entre anos ou séculos.
ResponderExcluir