segunda-feira, 4 de janeiro de 2021

 

À beira da vertigem


Fervor são teus olhos amplos de vertigem

A penumbra veste a hora em seu matiz

Coladas às tuas minhas mãos te exigem

 

Brilha o céu na linha curva onde já vigem

Franjas de purpúrea cor e tons febris

Fervor são teus olhos amplos de vertigem

 

A luz compõe o céu em fogo e a origem

da cor de amora que em nós exalta e fulge

Coladas às tuas minhas mãos te exigem

 

Esse fulgor febril nossas mãos atingem

À borda da encosta que a noite encobre

Fervor são teus olhos amplos de vertigem

 

Estreitando o tempo sem nenhum desdém

A noite se dissolve em um clarão de cobre

Coladas às tuas minhas mãos te exigem

 

E quando a manhã abrir seu novo orbe

seremos a manhã coberta de ouro e cobre

Fervor são teus olhos amplos de vertigem

Coladas às tuas minhas mãos te exigem


Vilma Silva

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