quarta-feira, 18 de setembro de 2019

Ouço as acácias






ouço as acácias no cerne do seu caule
na borda do meu nariz as cerejeiras abrem flores
e dos umbrais dos meus olhos deságua
o bordado do tempo entre minhas mãos

caminhos entre beiras ocidentais em um céu morno
os séculos passam e me enlaçam os ermos,
escurecem os sois enquanto os meus anseios
desabam em precipícios acesos dentro

antro de horas noturnas que soluçam
entre poções de ausência e abandono
os fogos inextinguíveis de minha espera,
chamas acesas que meus desertos queimam


***
Vilma Silva

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