quarta-feira, 18 de setembro de 2019

Papiro






Papiro

cenário que desfolha horas
o corpo transitivo
tece signos na memória celular
                         
transeunte a andar-me ao verso
escrevo em secreto hieróglifos seculares:

as muitas eras gráficas e ágrafas
olham-me de teus olhos fúlgidos

papiro sem data,
esse tear atemporal e inespacial
tinge os espaços vazios do meu pensar:

livro que em teu rosto fulge



Vilma Silva

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