sexta-feira, 9 de dezembro de 2016

Inciência

Eu não sei o que sou
e sei o que sou sem saber o que sou
A vida por fora não é a vida por dentro
¾ Vivo evolada no irreconhecível

O rosto do homem não é o rosto
do homem interior
É outra coisa que não sei ver
E assim mesmo no rosto do homem
recende o homem de dentro.

Enovela em sombras essa geometria que traça
linhas invisíveis no após a pele. Não sei o que é
o dentro
E o fora não é o que é


Vilma Silva

2 comentários:

  1. Pós Fernando Pessoa, não vale a pena tirar a máscara.

    ResponderExcluir
  2. Seu comentário é interessante e valoroso, Douglas! Muito grata por expressar sua percepção. Pensei em sombra; ou melhor, senti o incomunicável do ser e, correlatamente, que nos relacionamos como sombras uns com os outros. É impossível remover a máscara. Ela sempre estará lá em qualquer caso. Mesmo diante da maior sinceridade, o que teremos será apenas uma representação, um fingimento não intencional. A própria natureza dual do mundo é que nos obriga a isso. Você me deu uma ideia para outro poema nessa mesma linha. Muito grata por sua participação, pela oportunidade de alargar as ideias e oferecer caminhos de percepção a mais.

    ResponderExcluir