sábado, 22 de abril de 2017

O OLHAR Á BORDA DO MUNDO

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Todos os homens sou
Os animais sou
Eu vegeto junto com as árvores
Comemos, deitamos, dormimos, amanhecemos
Deita-se o sol e eu me deito
Anoiteço e morro
Ao amanhecer sou o sol nascente
E a paisagem nasce na luz do meu nascer

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Fora do eu não há mundo
O que não presencio dorme
Orbito o mundo que no meu olhar passeia
Orbita-me o mundo que vige dentro do meu olhar

Ser e ser somente a fibra do olhar
Nervos ópticos que me capturam
Mas não sou nervos ópticos:
Além deles eu me observo

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Olho o olhar que vê
Depois do olhar o ver se dissolve
na terra onde o quando não há


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